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Jess Phillips: "Política é uma coisa incrível, mesmo que ela esteja cheia de bureaucratas entediados"

Apesar de ter sido reeleita para 3️⃣ seu assento betesporte propaganda Birmingham Yardley betesporte propaganda julho, entre vaias e protestos, Jess Phillips declarou que essa foi "a pior eleição 3️⃣ betesporte propaganda que já participei". Uma afirmação bastante forte de uma mulher que, betesporte propaganda seus nove anos como deputada trabalhista, já 3️⃣ enfrentou inúmeras ameaças à betesporte propaganda segurança pessoal, o que levou à instalação de um quarto seguro betesporte propaganda betesporte propaganda escritório de 3️⃣ distrito.

Então, por que ela continua? A resposta é que ela "adora política" e ela não tem "uma única gota 3️⃣ de tempo para pessoas que desprezam a política como algo inútil ou que é feita apenas por burocratas entediados que 3️⃣ estão tão distantes das pessoas que votam neles que nunca servirá a ninguém além de aqueles que jogam o jogo 3️⃣ ... Que presente que desprezamos tão preguiçosamente como algo que não é sobre nós. Que coisa incrível viver betesporte propaganda um 3️⃣ país onde, se você não gosta de algo, pode livremente se dedicar a mudá-lo."

Uma defesa da democracia e uma crítica 3️⃣ à apatia política

Infelizmente, o livro de Phillips chega alguns dias depois de uma vitória esmagadora do Labour. Sua defesa da 3️⃣ democracia e betesporte propaganda crítica à apatia política teriam sido mais pertinentes quando uma eleição estava próxima e o país ainda 3️⃣ estava sob o jugo do governo Tory; é assim que funciona a publicação e suas deadlines imutáveis. No entanto, ela 3️⃣ não é uma nova voz literária: os livros de 2024 "Everywoman", 2024 "Truth to Power" e 2024 "The Life of 3️⃣ an MP: Everything You Really Need to Know About Politics" já foram publicações inteligentes que mostram seu estilo distinto de 3️⃣ entusiasmo e exasperação. A maioria dos MPs aguarda a aposentadoria para começar a registrar suas vidas e tempos, mas Phillips 3️⃣ não é a maioria dos MPs. Ela é engraçada, jura como um marinheiro e desde há muito tempo se dedica 3️⃣ a desmistificar o funcionamento da política e das instituições sagradas betesporte propaganda que ela opera.

Cultura de guerra e política dos titulares

Uma 3️⃣ mistura de memórias e polêmicas, "Let's Be Honest" aborda as guerras culturais, especificamente a indignação fabricada que eclode nas redes 3️⃣ sociais e é então cooptada por políticos, seja para distrair a atenção dos fracassos de seu partido ou simplesmente para 3️⃣ obter manchetes. "O internet tem definitivamente vazado sobre a política. O Westminster cheira a merda", observa Phillips, aconselhando-nos a "parar 3️⃣ de cair na mentira de que esses assuntos quentes têm alguma relevância betesporte propaganda nossas vidas reais".

Falha de governança e política 3️⃣ dos titulares

Em um capítulo chamado "Fumaça e Espelhos", ela descreve, com horror visceral, a experiência de comparecer a um serviço 3️⃣ de emergência no Natal com uma tosse grave que dificultava a respiração. Após ser transferida de um local de espera 3️⃣ para outro, ela acabou conectada a um nebulizador e amontoada com seis outros pacientes betesporte propaganda uma cabine projetada para um. 3️⃣ Seu ponto não é simplesmente o fracasso "de governança, planejamento e recursos" do governo Tory que levou o NHS a 3️⃣ ficar de joelhos, mas a decisão dos Conservadores, durante o orçamento de primavera, de ignorar o sistema de saúde abalado 3️⃣ betesporte propaganda favor de anunciar cortes de imposto de herança. Isso não foi para benefício dos britânicos, a maioria dos quais 3️⃣ continuará abaixo do limite betesporte propaganda que o imposto é pago. Ela observa que foi "um ato de divisão", uma política 3️⃣ criada para provocar o Partido Trabalhista a condená-la, a fim de que os Conservadores pudessem então dizer aos eleitores que 3️⃣ o Labour estava planejando "roubar o patrimônio de seus filhos".

Uma defesa da política e dos políticos

Há, inevitavelmente, alguma sobreposição com seus 3️⃣ livros anteriores à medida que ela tenta convencer-nos de que a política realmente pode causar mudanças e que não todos 3️⃣ os políticos estão moralmente bancarrotados. Mas há uma razão pela qual os livros de Phillips terminam nas listas dos mais 3️⃣ vendidos, e isso é betesporte propaganda falta de rigidez, betesporte propaganda aguçada sátira e betesporte propaganda atitude "não me foda". A escrita aqui 3️⃣ é conversacional, irreverente e sutilmente inteligente; é como se ela e seu leitor estivessem compartilhando uma garrafa de vinho numa 3️⃣ noite de sexta-feira, levando a um nível de franqueza que um político mais cauto pode ver como arriscado, mas é 3️⃣ muito o ponto forte de Phillips.


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Este artigo destaca uma bifurcação no movimento renovador da Educação Física: a corrente mais conhecida questiona a abordagem tradicional no 💴 ensino dos esportes quanto à função social da Educação/EF e a reprodução social.

Mas é a corrente ancorada nas teorias da 💴 aprendizagem (construtivista e desenvolvimentista) que alcança desdobramentos importantes ao incrementar as possibilidades dos métodos de ensino dos Jogos Esportivos Coletivos 💴 (JECs), alegando a insuficiência do ensino centrado na técnica, descolado da essência tática desses jogos.

Nesse sentido, salienta a convergência dessas 💴 duas correntes: a busca da autonomia do sujeito quanto a betesporte propaganda própria prática esportiva.

Mostra que o avanço na questão da 💴 reprodução social só pode ser dado pelos conceitos que transformaram os modelos de ensino dos JECs.

Conclui que a solução se 💴 basearia nos modelos de ensino que possibilitaram retomar o sentido dos jogos mostrando o entrelaçamento dos JECs na trama social, 💴 permitindo equivaler diversas formas de movimento.

Este artículo destaca una bifurcación en el movimiento de renovación de la Educación Física (EF): 💴 la principal corriente académica cuestiona el enfoque tradicional en la enseñanza de los deportes con respecto a la función social 💴 de la EF y la reproducción social.

Sin embargo, es la corriente anclada en las teorías del aprendizaje (constructivista y desarrollista) 💴 la que logra desdoblamientos importantes al incrementar las posibilidades de los métodos de enseñanza de los Juegos Deportivos Colectivos (JDC's), 💴 alegando la insuficiencia de la enseñanza centrada en la técnica, apartada de la esencia táctica de esos juegos.

Así, resalta la 💴 convergencia entre estas dos corrientes: la búsqueda de la autonomía del sujeto en a su propia práctica deportiva.

Muestra que el 💴 avance en la cuestión de la reproducción social solo puede darse a través de los conceptos que transformaron los modelos 💴 de enseñanza de los JDC's.

Concluye que la solución se basaría en los modelos de enseñanza que permitieron restablecer el sentido 💴 de los juegos, mostrando el entrelazamiento de los JDC's en el tejido social y permitiendo la equivalencia de diversas formas 💴 de movimiento.

1 INTRODUÇÃO

Mesquita, Pereira e Graça (2009MESQUITA, Isabel Maria; PEREIRA, Felismina; GRAÇA, Amândio Braga.

Modelos de ensino dos jogos desportivos: investigação 💴 e ilações para a prática.Motriz, v.15, n.4, p.944-954, out./dez.2009., p.

945) relatam um ponto de inflexão quanto ao ensino, aprendizagem e 💴 treinamento (E-A-T) dos Esportes Coletivos, entendem ter acontecido um "[...

] movimento reformador do ensino dos jogos iniciado nos finais dos 💴 anos 60 e anos 70 e redobrado nos anos 90 do século passado".

Relatam, no contexto europeu, o surgimento de novos 💴 modelos de ensino do que passam a chamar de Jogos Esportivos Coletivos (JEC's), inspirados em novas teorias da aprendizagem, cognitivistas 💴 e construtivistas.

Esses estudos influenciaram decisivamente o subcampo da Pedagogia do Esporte (PE) no Brasil.Galatti et al.

(2019GALATTI, Larissa Rafaela et al.

Pedagogia 💴 do esporte: publicações em periódicos científicos brasileiros de 2010 a 2015.

Conexões: Educação Física, Esporte e Saúde, v.17, e019008, p.1-18, 2019.

) 💴 mostram que apenas 2% das publicações em periódicos de Educação Física (119 de 2738 artigos) tinham como tema a "Pedagogia 💴 do Esporte" entre 2010 e 2015.

Dentro desse espectro, o que é mais significativo para o assunto que estamos aqui tratando 💴 é que 32 dos 40 artigos encontrados tratam apenas do tema da "Metodologia de Ensino", sendo esse o grande tema 💴 da área da PE.

Tanto Galatti et al.

(2019) como Rufino e Darido (2011RUFINO, Luiz Gustavo Bonatto; DARIDO, Suraya Cristina.

A produção científica 💴 em pedagogia do esporte: análise de alguns periódicos nacionais.Conexões, v.9, n.2, p.130-152, maio/ago.2011.

) abordam temáticas (em PE) sobre as quais 💴 seria necessário o aprofundamento: a) estudos sobre esporte escolar; b) estudos sobre a prática dos esportes com grupos especiais; c) 💴 estudos sobre organização e sistematização de conteúdo, entre outros.

Se a "metodologia de ensino" é o grande mote das pesquisas, é 💴 possível o entendimento de que o campo avançou bastante no intento de possibilitar a participação dos novos no sentido de 💴 auxiliar a encontrar uma melhor forma de se comportar no jogo, o que é um avanço do ponto de vista 💴 pedagógico.

Estes estudos colocam a necessidade de superar o que identificam como "abordagem tradicional".

Dentro da abordagem tradicional, entendia-se que a técnica 💴 era o elemento principal da ação dentro dos Esportes Coletivos.

A aposta na depuração da técnica individual tinha como premissa que 💴 a soma dos desempenhos significaria um melhor desempenho coletivo.

Essa análise mecanicista das ações dentro do contexto esportivo é criticada em 💴 face da essência tática dos JEC's:

A competência do jogador não decorre, portanto, de um entendimento mecânico que se restringe ao 💴 saber como executar determinadas técnicas.

No sentido de selecionar e executar a resposta motora mais adequada ao contexto que a reclamou, 💴 o jogador deve prioritariamente saber o que fazer e quando fazer (GARGANTA, 1998GARGANTA, Júlio Manuel.

O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos.

Perspectivas 💴 e Tendências.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998., p.23).

A aprendizagem da dimensão tática melhora o desempenho dentro do jogo.

Em outras palavras, é 💴 um saber que se refere ainda à lógica interna do jogo, e não à lógica externa.

A lógica externa é abordada 💴 pela PE de forma adicional (como na pedagogia desenvolvimentista, que trata a formação como multidimensional).

A renovação do ensino trata-se aqui, 💴 portanto, de jogar melhor (também nessa perspectiva).

No campo da EF brasileira destaca-se também um movimento renovador com outros contornos históricos.

No 💴 entanto, há um ponto comum: a crítica à abordagem mecanicista do movimento humano e o surgimento de uma abordagem desenvolvimentista, 💴 assim como acabamos de caracterizar quanto aos estudos da PE.

A educação física, como participante do sistema universitário brasileiro, acaba por 💴 incorporar as práticas científicas típicas desse meio.[...

] Um grupo desses docentes optou por buscar os cursos de pós-graduação em educação 💴 no Brasil.

Principalmente com base nessa influência, o campo da EF passa a incorporar as discussões pedagógicas nas décadas de 1970 💴 e 1980, muito influenciadas pelas ciências humanas, principalmente a sociologia e a filosofia da educação de orientação marxista.

O eixo central 💴 da crítica que se fez ao paradigma da aptidão física e esportiva foi dado pela análise da função social da 💴 educação, e da EF em particular, como elementos constituintes de uma sociedade capitalista marcada pela dominação e pelas diferenças (injustas) 💴 de classe (BRACHT, 1999aBRACHT, Valter.

A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física.Cadernos Cedes, v.XIX, n.48, p.69-88, ago.1999a., p.78, grifo nosso).

Bracht 💴 (1999aBRACHT, Valter.

A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física.Cadernos Cedes, v.XIX, n.48, p.69-88, ago.1999a., p.

77) entende que há um duplo 💴 viés no movimento renovador de 1980.

Em um primeiro momento "[...

] vamos assistir à entrada em cena também de outra perspectiva 💴 que é aquela que se baseia nos estudos do desenvolvimento humano (desenvolvimento motor e aprendizagem motora)".

Mas logo passamos a discutir 💴 a função social da EF e qual o papel que esta pode desempenhar se não quer contribuir à lógica da 💴 reprodução social.

É necessário mais uma vez ressaltar que, mesmo com este duplo viés, ambas as perspectivas criticam a abordagem mecanicista 💴 do movimento humano.

Ao que parece, e é isso que queremos investigar neste momento, é que duas ou três décadas depois 💴 acabam por encontrar um ponto de convergência.

Nesse sentido, nosso objetivo neste artigo é mostrar a convergência entre os subcampos da 💴 Educação Física Escolar e da Pedagogia do Esporte no Brasil, expondo os avanços desta última quanto à inserção dos significados 💴 culturais do esporte na prática pedagógica, que deveriam ser complementados com a inserção no campo da Sociologia do Esporte.

Reverdito e 💴 Scaglia (2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José.

Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invasão.

São Paulo: Phorte, 2009., p.

16) dizem partir do 💴 pressuposto de que "[...

] o esporte por si, não tem significado, este está na sociedade que o transforma".

Nesse sentido, só 💴 o esporte não contribuiria para o propósito educacional, mas o significado atribuído a ele.

Os autores perguntam: "[...

] que praticantes se 💴 formarão por meio da prática esportiva? Para que tipo de sociedade se formarão?".

Entendem ainda que essas e outras questões "[...

] 💴 deverão ser questionadas e respondidas pela pedagogia do esporte, para que possamos efetivamente concretizar uma prática educativa no esporte" (REVERDITO; 💴 SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José.

Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invasão.

São Paulo: Phorte, 2009., p.17).

Apontam para a EF 💴 escolar como possibilidade de concretização dessas expectativas, o que compartilhamos ser ainda uma lacuna nos estudos da PE.

Os autores também 💴 questionam se as "[...

] situações que se apresentam no alto rendimento esportivo [...

] a 'espetacularização esportiva'" (REVERDITO; SCAGLIA, 2009, p.

127) 💴 são mesmo educativas ou se a estrutura reducionista e seletista acaba prevalecendo (como era a crítica no bojo do movimento 💴 renovador); perguntam ainda se a PE está se ocupando dessas questões.

Trata-se de um tema comum na constituição das teorias pedagógicas 💴 que surgiram após o movimento renovador (SOARES, 2012SOARES, Carmen Lúcia et al.

Metodologia do ensino da educação física.

São Paulo: Cortez, 2012.

; 💴 KUNZ, 2004KUNZ, Elenor.

Transformação didático-pedagógica do esporte.6.ed.

Ijuí, RS: UNIJUÍ, 2004.

; BRACHT, 1999aBRACHT, Valter.

A constituição das teorias pedagógicas da Educação Física.Cadernos Cedes, 💴 v.XIX, n.48, p.69-88, ago.1999a.).

Reverdito e Scaglia (2009) entendem que a pedagogia deve ser inovadora e buscar a autonomia do indivíduo, 💴 com a ressignificação da prática esportiva:[...

] o fenômeno esporte é um patrimônio da humanidade e não deverá ser compreendido apenas 💴 em uma perspectiva vertical - da resultante -, mas, também, da horizontal, ou seja, do processo [...

] isso se torna 💴 possível quando, por meio da pedagogia, transcendemos os aspectos metódicos, tornando possível 'pedagogizar o fenômeno esporte'" (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller 💴 Silva; SCAGLIA, Alcides José.

Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invasão.

São Paulo: Phorte, 2009., p.130, grifo nosso).

Aqui parece que as duas 💴 vertentes (desenvolvimentista e crítica-progressista) surgidas da crítica à abordagem mecanicista do movimento humano voltam a se encontrar, na transcendência dos 💴 aspectos metódicos, mas, paradoxalmente, nas possibilidades abertas pelas transformações metodológicas alcançadas pelas perspectivas desenvolvimentista e construtivista.

Essa busca da autonomia do 💴 sujeito quanto a betesporte propaganda própria prática esportiva é o que justifica o conceito de cultura corporal de movimento, tido como 💴 o objeto de estudo e de ensino da EF escolar.

No verbete "cultura corporal de movimento" do Dicionário Crítico da Educação 💴 Física (PICH, 2005PICH, Santiago.

Verbete "Cultura Corporal de Movimento".

In: GONZÁLEZ, Fernando Jaime; FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo.

Dicionário crítico de Educação Física.Ijuí: UNIJUÍ, 2005.p.108-111.

), 💴 ressalta-se também que se trata do "conceito de maior consenso na área", que redefiniu o objeto da EF.

Destaca a ruptura 💴 com a "visão biologicista-mecanicista do corpo e movimento" que era hegemônica na EF e o fato de o conceito de 💴 "cultura corporal de movimento" vir a representar a "dimensão histórico-social e cultural do corpo e movimento" (PICH, 2005, p.109).

É uma 💴 ideia que nutre-se do contexto teórico das ciências sociais e humanas das décadas 1960 e 1970, quando o corpo passa 💴 a ser entendido como "lócus de inserção do homem na cultura".

No entanto, Betti (2007BETTI, Mauro.

Educação física e cultura corporal de 💴 movimento: uma perspectiva fenomenológica e semiótica.

Revista da Educação Física UEM, v.18, n.2, p.207-217, 2007.

) destaca um dilema culturalista, um problema 💴 que consiste em tomar o corpo como produto da linguagem, e a cultura como causa das manifestações corporais.

O autor caracteriza, 💴 portanto, as práticas corporais como códigos institucionalizados e, uma vez não refletida a capacidade corporal de produção de linguagem, instaura-se 💴 o referido dilema.

Por isso, advoga que o papel da EF "[...

] seria auxiliar na mediação simbólica desse saber orgânico para 💴 a consciência do sujeito que se movimenta, por intermédio da língua e outros signos não-verbais, levando-o à autonomia no usufruto 💴 da cultura corporal de movimento" (BETTI, 2007BETTI, Mauro.

Educação física e cultura corporal de movimento: uma perspectiva fenomenológica e semiótica.

Revista da 💴 Educação Física UEM, v.18, n.2, p.207-217, 2007., p.208).

Nesse sentido, apesar de não se encontrar na PE uma exegese do potencial 💴 linguístico do corpo no registro sócio-filosófico, há (definitivamente) uma reorganização da mediação simbólica pelo caráter lúdico atribuído aos JEC's (jogo 💴 como função significante).

2 DO AVANÇO NA PE: RECOLOCAR EM JOGO O SENTIDO HISTÓRICO DA AÇÃO

Na mediação dos saberes corporais produzidos 💴 nos JEC's, o subcampo da PE avançou em três conceitos que se inter-relacionam e possibilitam uma probabilidade de resolver a 💴 questão da função social da Educação/EF e da reprodução social, preservando a função social que caracteriza a história da EF: 💴 a intervenção sobre o corpo em movimento.

Em resumo: como podemos conceber a autonomia do sujeito como um processo que não 💴 seja relativo apenas a ordem da conscientização, mas também relativo ao seu próprio estatuto corporal? A possibilidade da autonomia mora 💴 na transformação da própria prática esportiva, nas maneiras como ela pode acolher os recém-chegados.

O primeiro conceito importante neste sentido - 💴 até em ordem cronológica - é o "Transfert", de Bayer (1994BAYER, Claude.

O Ensino dos Desportos Coletivos.

Lisboa: Dinalivros, 1994.).

Trata-se de um 💴 conceito que aparece em vários estudos no subcampo da PE e fora dele (GALATTI; PAES; DARIDO, 2010GALATTI, Larissa Rafaela; PAES, 💴 Roberto Rodrigues; DARIDO, Suraya Cristina.

Pedagogia do Esporte: livro didático aplicado aos Jogos Esportivos Coletivos.Motriz, v.6, n.3, p.751-761, jul./set.2010.

; DAOLIO, 2002DAOLIO, 💴 Jocimar.

Jogos esportivos coletivos: Dos princípios operacionais aos gestos técnicos- Modelo pendular a partir das idéias de Claude Bayer.

Revista Brasileira de 💴 Ciência e Movimento, v.10, n.4, p.99-104, out.2002.

; LEONARDO; SCAGLIA; REVERDITO, 2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José; REVERDITO, Riller Silva.

O ensino dos 💴 esportes coletivos: metodologia pautada na família dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009.

; GONZÁLEZ; BRACHT, 2012GONZÁLEZ, Fernando Jaime; BRACHT, Valter.

Metodologia do 💴 ensino dos esportes coletivos.

Vitória: UFES, Núcleo de Educação Aberta e a Distância, 2012.).

O conceito se refere à semelhança entre os 💴 esportes coletivos quanto à estrutura de jogo e aos princípios operacionais.

As primeiras lógicas identificadas por Bayer (1994BAYER, Claude.

O Ensino dos 💴 Desportos Coletivos.

Lisboa: Dinalivros, 1994.

) que permitem o "transfert" são relativas à invasão territorial, de ataque e de defesa, e desvelam 💴 o parentesco entre os JEC's.

Esse princípio é decisivo porque destaca e coloca como elemento central da aprendizagem um sentido que 💴 já estava perdido, o sentido da invasão territorial.

Toda técnica corporal fica, assim, submetida a um cenário cognitivo que excede as 💴 ações motoras, metalinguístico.

Leonardo, Scaglia e Reverdito (2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José; REVERDITO, Riller Silva.

O ensino dos esportes coletivos: metodologia pautada 💴 na família dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009.

) trazem a teoria dos sistemas de Edgar Morin para inteligir também a 💴 relação dos jogos com outros jogos, betesporte propaganda autonomia relativa.

O jogo seria uma suspensão da realidade mas também um sistema complexo: 💴 em um sistema complexo os antagonismos não são excludentes, somente na interação entre eles que as características emergentes aparecem.

Sendo assim, 💴 o jogo é um sistema complexo que se relaciona com outros sistemas (outros jogos e também com o meio social).

Daí 💴 vem o modelo pendular (de ensino dos JEC's) de Jocimar Daolio, onde as especificidades técnicas dos esportes coletivos vão para 💴 o final da unidade de ensino, dando prioridade para as lógicas internas comuns de Claude Bayer.

Enquanto sistema, o jogo se 💴 assemelha a outros sistemas e também se diferencia, em direção à betesporte propaganda identidade particular: daí betesporte propaganda semelhança com a sociedade 💴 e seu processo de diferenciação, a elucidação de seu "caldo cultural".

Outra lógica derivativa desse mesmo conceito, que aí remetemos ao 💴 subcampo da PE no Brasil, é a lógica da "família de jogos" (SCAGLIA, 2003SCAGLIA, Alcides José.

O Futebol e os Jogos/brincadeiras 💴 de Bola com os Pés: todos semelhantes, todos diferentes.2003.164 f.

Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas.

Faculdade de Educação Física, Campinas, 💴 2003.).

Uma família de jogos caracteriza-se por conglomerado de jogos que possuem semelhanças e diferenças entre si, "características essas, interdependentes, que 💴 simultaneamente se complementam e autoafirmam, possibilitando a inclusão das unidades numa totalidade maior" (SCAGLIA, 2003SCAGLIA, Alcides José.

O Futebol e os 💴 Jogos/brincadeiras de Bola com os Pés: todos semelhantes, todos diferentes.2003.164 f.

Tese (Doutorado) - Universidade Estadual de Campinas.

Faculdade de Educação Física, 💴 Campinas, 2003., p.

105 apudLEONARDO; SCAGLIA; REVERDITO, 2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José; REVERDITO, Riller Silva.

O ensino dos esportes coletivos: metodologia pautada 💴 na família dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009., p.240).

Todo jogo possui uma estrutura interna (regras, jogadores e estruturas motrizes) e 💴 estrutura externa, "[...

] que interagem simultaneamente durante toda a realização do jogo.

E, como resultado dessas interações, os jogos promovem emergências, 💴 que se caracterizam como aprendizagens (LEONARDO; SCAGLIA; REVERDITO, 2009LEONARDO, Lucas; SCAGLIA, Alcides José; REVERDITO, Riller Silva.

O ensino dos esportes coletivos: 💴 metodologia pautada na família dos jogos.Motriz, v.15, n.2, p.236-246, abr./jun.2009., p.240, grifo nosso).

O gol improvável de Juliano Belletti em uma 💴 final de Champions League adquire essa conotação:

Pode ser que até o dia 17 de Maio de 2006 o futebol fosse 💴 um jogo setorizado, onde importava mais que cada setor (defesa, meio-campo e ataque) cumprisse suas funções e aguardasse o seu 💴 momento de agir; em que importava que cada jogador fosse o mais eficiente possível no controle dos fundamentos do jogo 💴 [...

] Pode ser que a setorização se traduzisse naqueles esquemas táticos, o mais popular entre eles, o 4-4-2, que traduziam 💴 a segurança de se defender com 4 ou com 5 jogadores [...

] setorização que, diga-se de passagem, é um conceito 💴 administrativo.[...] Em Paris, F.C.

Barcelona e Arsenal empatavam pela final da Champions League daquele ano.

No final do jogo, Belletti estica uma 💴 bola para Larsson na lateral e três jogadores do Arsenal fecham na marcação do sueco.

Isso deixa o espaço que Belletti 💴 ocupa com um movimento em diagonal, recebe a bola de Larsson e finaliza fazendo o gol do título.

Na lembrança de 💴 Belletti, ele entende que esse espaço foi criado porque não se concebia que um lateral fizesse uma movimentação deste tipo, 💴 ele entende que um lateral europeu não faria, não era um hábito.

O que é inédito é a marca que se 💴 produz a partir deste ato.

Só no futebol setorizado três defensores acompanhariam Larsson e deixariam Belletti sem marcação entrar e fazer 💴 o gol.

Hoje, alguém fecharia a linha de quatro defensores, ou o volante, ou o lateral.

O arcabouço conceitual do jogo hoje 💴 é outro.

Pode ser que depois daquele gesto individual o jogo de futebol tenha sofrido uma inflexão involuntária, daí a betesporte propaganda 💴 característica de palco.

No mínimo, aquele gesto expos as amarras que estruturavam o jogo até ali.

O próprio Belletti, depois que passa 💴 a bola para Larsson, antes de fazer o tal movimento, hesita e até ameaça minimamente voltar para a defesa e 💴 depois volta a avançar; o que mostra a fragilidade de betesporte propaganda criação, decisão.

O que importa é que, uma vez realizado, 💴 surge como o ainda-não-ser que revela o que é e, ainda, a possibilidade de ser (GHIDETTI, 2018GHIDETTI, Filipe Ferreira.

"Pensar com 💴 os ouvidos": o problema da relação corpo-conhecimento a partir da Teoria Estética de Theodor W.Adorno.2018.261 f.

Tese (Doutorado em Educação) - 💴 Universidade Federal de Santa Catarina.

Florianópolis, 2018., p.256).

Existem importantes estudos que buscam desvelar a relação entre futebol e cultura, entre lógica 💴 interna e lógica externa.

Wisnik (2008WISNIK, José Miguel.

Veneno Remédio: o futebol e o Brasil.

São Paulo: Companhia das Letras, 2008.

) explora os 💴 vínculos entre a forma de jogar poética (elíptica) do futebol brasileiro com a história da nação.

Wilson (2016WILSON, Jonathan.

A pirâmide invertida: 💴 a história da tática no futebol.

Campinas,SP: Editora Grande Área, 2016.

) mostra as evoluções dos sistemas táticos no futebol ao longo 💴 da história e em diferentes regiões do mundo.

Wilson (2016) mostra como a ideia do "jeito certo de jogar" às vezes 💴 trava a evolução do jogo de futebol.

Os episódios do futebol por vezes se combinam em crenças que estabelecem mudanças no 💴 status quo sobre o jeito de jogar.

A história se sedimenta porque faz a união entre uma forma de jogar e 💴 a expectativa do público ("cair no gosto do público local"), ou o inverso disso.

O trabalho do referido autor tem como 💴 tema a evolução dos sistemas táticos e explora a relação entre esse processo e as culturas locais onde esses sistemas 💴 se desenvolvem.

Quando um sistema é adotado como legítimo em uma determinada cultura, ou melhor, o único legítimo, e é desenvolvido 💴 a partir dessa crença, ele acaba se esgotando.

O que significa que passa a não ser mais efetivo no jogo de 💴 futebol.

A endogenia acaba por inviabilizar o legitimado sistema.

Essas ideias mostram um aspecto das práticas corporais, quando elas são as maneiras 💴 que se dão para dar vazão as coisas tal qual elas são, resposta; o aspecto moral mostra o que elas 💴 são quando são significativas, conformam o homem em si mesmo e daí não interessam para a EF, porque rompem com 💴 a possibilidade da formação, a possibilidade de outra sociedade.

A invenção da função do líbero no futebol italiano por Arrigo Sacchi 💴 dá disto testemunho: "Foi o sucesso do Milan na Europa, nos anos 1960, que introduziu o líbero como o padrão 💴 italiano.

Um quarto de século depois, foi o sucesso do Milan na Europa que acabou com ele" (WILSON, 2016WILSON, Jonathan.

A pirâmide 💴 invertida: a história da tática no futebol.

Campinas,SP: Editora Grande Área, 2016., p.333).

Sacchi explica que teve que romper com a característica 💴 de ênfase defensiva do futebol italiano, que vinha da história da Itália, que sempre foram invadidos por todo mundo, "ideia 💴 reforçada pela derrota esmagadora na Segunda Guerra mundial".

Sacchi relata uma espécie de choque cultural entre o futebol de betesporte propaganda equipe 💴 e o imaginário italiano sobre o futebol.

É essa interação entre o sistema social e o jogo como sistema de autonomia 💴 relativa que não foi demasiadamente explorada no subcampo da PE.

No entanto, o avanço significativo quanto aos processos de E-A-T nos 💴 JEC's abriram uma via interessante de enfrentamento da questão.

Reverdito e Scaglia (2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José.

Pedagogia do Esporte: jogos 💴 coletivos de invasão.

São Paulo: Phorte, 2009., p.

141), autores atuantes na PE, caracterizam também este problema, veem o jogo e a 💴 cultura como manifestações sociais que "foram tecidas juntas", mas que a PE encontra problemas em traduzir esse processo em conhecimento 💴 - o problema é que a lógica externa é tratada como uma lógica adicional à lógica interna.Veem o:

Esporte/jogos coletivo como 💴 um fenômeno social criado pelo homem, que se desenvolveu simultaneamente ao seu processo civilizador.

Portanto, não temos duas manifestações paradoxais ou 💴 excludentes, mas uma única manifestação sociocultural, promovida em um ambiente socializado e permitido pela representação do jogo.

O problema surge na 💴 pedagogia do esporte quando esta se limita a compreender apenas uma manifestação, descaracterizando a outra, ou seja, somos capazes de 💴 verificar em grande parte as implicações existentes nos jogos esportivos coletivos de ordem técnica, tática e estratégica existentes nas mais 💴 diversas modalidades esportivas, mas nos esquecemos que eles somente são permitidos por terem em seu contexto (ambiente) uma manifestação de 💴 jogo jogado (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José.

Pedagogia do Esporte: jogos coletivos de invasão.

São Paulo: Phorte, 2009., p.142).

Nesse 💴 sentido, entendemos que jogo e cultura não "foram" tecidos juntos mas que o jogo continua permitindo a irrupção de emergências 💴 justamente por estar imerso na cultura.

Ou seja, continuam sendo tecidos juntos.

Esse vínculo com a cultura que é necessário explorar de 💴 forma mais sistematizada, lembrando sempre que o que caracteriza a EF é a intervenção pedagógica sobre o corpo em movimento 💴 (ou seja, trata-se de um saber que deve culminar em um saber fazer e não somente em um saber conceitual).

Falamos 💴 aqui da existência de fronteiras da cultura que é onde se colocam justamente os jogos enquanto sistemas complexos.

Esses jogos servem 💴 como palcos de onde surgem as "emergências".

Logo, a busca para solucionar problemas no jogo dependerá das regras que regem o 💴 jogo, das condições externas (ambiente físico e cultural, dentre outras condições ambientais que envolvem o jogo, por exemplo) onde este 💴 se realiza, do grau de envolvimento e engajamento do jogador - que se lança no jogo se valendo de seus 💴 esquemas motrizes anteriores.

A solução do jogo nascerá no bojo dessas interações, à medida que no jogo a desordem desencadeada, vai 💴 se ajustando e criando uma nova ordem, que por betesporte propaganda vez provoca recursivamente a desordem.

Destarte, emergem das unidades complexas constantes 💴 soluções.

E essas soluções (emergências do sistema) trazem duas implicações [...

], que evidenciam as tendências integrativas e auto-afirmativas (SCAGLIA, 2017SCAGLIA, Alcides 💴 José.

Pedagogia do jogo: o processo organizacional dos jogos esportivos coletivos enquanto modelo metodológico para o ensino.

Revista Portuguesa de Ciências do 💴 Desporto, v.17, p.27-38, 2017., p.34).

Isso nos levaria de volta ao movimento renovador da EF brasileira e a necessidade ainda premente 💴 de justificar betesporte propaganda contribuição quanto à função social da educação/esporte e de propor alternativas e possibilidades de superar a lógica 💴 da reprodução social.

Como o professor de EF pode favorecer o surgimento de "emergências"? Que ações didático-metodológicas devem empreender para favorecer 💴 esse surgimento? A forma didática aplicada e desenvolvida para os JEC's retoma a historicidade dessas práticas corporais e retomam seu 💴 contexto cultural (sua afinidade com o imaginário bélico, de invasão territorial, por exemplo).

Revelam a configuração do jogo (seus contornos, regras, 💴 princípios operacionais, etc.

) e abrem as bases para a betesporte propaganda reconfiguração.

O potencial pedagógico do esporte se encontra, ao contrário do 💴 que se imagina, não na orientação direta (normativa) da socialização.

O seu verdadeiro potencial pedagógico se encontra na betesporte propaganda apresentação aos 💴 iniciantes, quando o responsável por configurar betesporte propaganda unidade didática e a tematização de determinado esporte consegue esticar e tensionar os 💴 conteúdos sociais "no campo".

Em outras práticas corporais, esse procedimento é mais visível.

Alguns gestos técnicos da capoeira, ou das danças populares 💴 podem ser estigmatizados devido a questões religiosas, por exemplo.

É nesse momento - e só na intervenção - que aparece a 💴 corporeidade que é construída socialmente e velada; que direciona os costumes e age como se não existisse.

A intervenção direta sobre 💴 o corpo retoma a corporeidade existente e à lança em direção ao não-existente.

Neste movimento, revela o que existe.

Mas entendemos que 💴 é preciso explicar esse mecanismo e, ao mesmo tempo, efetivá-lo.

3 SOCIOLOGIA DO ESPORTE, PROCESSO CIVILIZADOR E CORPOREIDADE

São conhecidas no âmbito 💴 das Ciências do Esporte as abordagens que aproximam o esporte moderno e o processo civilizador; nomes que se destacam, nesse 💴 sentido, são Eric Dunning e Norbert Elias: "[...

] podem as pessoas se congratular quando elas são as beneficiárias ocasionais de 💴 um processo 'às cegas' de longo prazo para o qual elas não contribuíram pessoalmente?" (DUNNING, 2011DUNNING, Eric.

"Figurando" o esporte moderno: 💴 algumas reflexões sobre esporte, violência e civilização com referência especial ao futebol.

Revista de Ciências Sociais, v.42, n.1, p.11-26, jan./jun.2011., p.14).

Nesse 💴 momento, tempo-espaço são escassos para a exposição de tal teoria.

Mas o que devemos de pronto salientar para clarificar nossa ideia 💴 é que os esportes também tomam parte no processo civilizador.

Disputas contidas no limite da consciência e que não ganham a 💴 dimensão das ações concretas são disputas parecidas a que encontramos nos JEC's.Dunning (2011, p.

15) mostra como dois jogos familiares se 💴 separaram em dois esportes, justamente nesta disputa por status: "[...

] as disputas por status deste tipo tiveram importância fundamental na 💴 separação entre o futebol e o rugby como formas de futebol".

Dunning (2011) mostra a importância do esporte no processo civilizador 💴 - que tem evidências empíricas retratadas na obra de Elias - e como se desdobra em estágios que devem ser 💴 elucidados porque explicam a formação da sociedade civil como um processo social "não-intencional (cego)" e que, portanto, não deve ter 💴 continuidade ad infinitum.

A figuração, que Elias entende ser o complexo código comportamental adquirido nesses processos sociais, é o conceito que 💴 permite inferir sobre a relação esporte-cultura.

Como o esporte se torna fundamental no processo civilizador? Como que esse produto do processo 💴 acaba por escondê-lo? O processo civilizador se mostra na mudança de hábitos: a) elaboração (refinamento) dos padrões sociais; b) pressão 💴 social crescente pelo auto-controle mais rigoroso e contínuo do comportamento; c) mudança do equilíbrio da censura externa e auto-censura em 💴 favor da auto-censura; d) fortalecimento do "habitus", consciência e superego como reguladores do comportamento.

Os padrões sociais vão sendo internalizados, operados 💴 abaixo do controle consciente.

O processo civilizador também é importante na formação do Estado-Nação: a) formação do Estado; b) pacificação sob 💴 o controle do Estado; c) crescente diferenciação social e extensão da cadeia de interdependência (de poder); d) crescente igualdade de 💴 oportunidades entre indivíduos de diferentes estratos sociais; e) riqueza crescente.

Sendo assim, as disputas vão passando a se dar com a 💴 sublimação da violência.

O desvio pulsional encontra uma nova casa, os esportes: beligerância e agressividade encontram um espaço socialmente tolerante em 💴 competições esportivas.

Viver esse impulso parado, ouvindo e vendo é um traço importante desse processo civilizador.

Esporte vai se tornando cada vez 💴 menos similar aos combates de guerra, uma característica encontrada nos jogos que o precedem.

Por betesporte propaganda vez, estes jogos chegaram a 💴 ser proibidos por ameaçarem a ordem social e prejudicar a força de guerra.

Dunning (2011DUNNING, Eric.

"Figurando" o esporte moderno: algumas reflexões 💴 sobre esporte, violência e civilização com referência especial ao futebol.

Revista de Ciências Sociais, v.42, n.1, p.11-26, jan./jun.2011.

) argumenta que os 💴 costumes são mais fortes que a lei e esses jogos (formas populares de futebol) continuam até serem marginalizados no séc.XIX.

Até 💴 que escolas e universidades (na Inglaterra) começam a fabricar uma forma moderna de futebol, por enfrentar um problema disciplinar, o 💴 fagging (o autor vê semelhanças com o bullying).

Rugby foi a escola onde o sistema prefect-fagging foi reformado, reduzindo o poder 💴 arbitrário dos mais velhos sobre os mais novos.

O processo de surgimento das primeiras regras oficiais do futebol se deu na 💴 rivalidade entre Rugby e Eton que cunharam suas próprias formas de jogar football muito em função de se distinguir, na 💴 busca por status.

Por fim, os etonianos banem o toque com a mão do jogo em uma tentativa de elevá-lo ao 💴 "auto-controle de elevado naipe".

Eles acabam sendo os mais influentes na forma do futebol como conhecemos hoje.

Se em um primeiro momento 💴 o corpo aparece como manifestação alegórica da cultura (em seus traços mais bárbaros) - nesse sentido, ele é sintoma, contracultura 💴 -, isso revela para o Estado moderno o potencial de controle que nele se inscreve, que o torna elemento central 💴 do processo civilizador.

Cabe, portanto, trazer à tona aquele potencial configurativo.

Nesse sentido, uma das perguntas principais que vêm norteando estudos no 💴 campo da EF é sobre como é possível fundamentar teoricamente a relação entre corpo-conhecimento.

Uma discussão mais apressada corre o risco 💴 de reificar isso que se chama de significados das práticas corporais.

Garganta (1998GARGANTA, Júlio Manuel.

O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos.

Perspectivas e 💴 Tendências.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998.

) e depois Daolio (2002DAOLIO, Jocimar.

Jogos esportivos coletivos: Dos princípios operacionais aos gestos técnicos- Modelo pendular 💴 a partir das idéias de Claude Bayer.

Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.10, n.4, p.99-104, out.2002.

) exploram justamente a ideia 💴 de "técnicas do corpo", de Marcel Mauss, que consiste em conceber o corpo como o primeiro instrumento do homem: "as 💴 diferentes formas de utilização do corpo que permitem lidar eficazmente com os constrangimentos impostos pelas características das respectivas modalidades desportivas" 💴 (GARGANTA, 1998GARGANTA, Júlio Manuel.

O Ensino dos Jogos Desportivos Colectivos.

Perspectivas e Tendências.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998., p.22).

O autor entende que é 💴 o processo de padronização (que torna a técnica reproduzível) que constitui a técnica como uma forte componente cultural.

Para além da 💴 eficiência da ação, é um controle do resultado dessa ação.

Esses autores comparam as técnicas corporais com as demais técnicas da 💴 humanidade (de cozimento, plantio, etc).

Esses procedimentos vão ganhando tradicionalidade por atender a determinadas sociedades localizadas no tempo histórico.

O grande problema 💴 é a reificação e naturalização dessas técnicas.

A PE avança até o entendimento de que os contextos culturais vão receber o 💴 arcabouço de gestos esportivos a partir de suas possibilidades de interpretação, seus significados.

Mas essa propriedade linguística do corpo careceria de 💴 uma fundamentação.

Procurando entender a possibilidade de uma crítica corporal do político - é preciso já aqui destacar a diferença entre 💴 a fundamentar o corpo como produtor de linguagem e os processos de disputa que interrompem aquela construção social do corpo 💴 -, Gambarotta (2016GAMBAROTTA, Emiliano.

Bourdieu y lo político.

Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016.

) busca na obra de Bourdieu discutir 💴 a materialidade do corpo na cultura.

Neste registro, o corpo é instância privilegiada da reprodução da dominação porque escondido na invisibilidade 💴 e percebido como natural.

Foca, portanto, na investigação dos modos de produção do corpo, rejeitando pensá-lo como uma substância: configura-se também 💴 aqui uma abordagem materialista da corporeidade.

Aborda o corporal como uma trama de relações, uma constelação.

O corpo seria, portanto, um emaranhado 💴 implicado com o tecido social e a questão que se faz o autor, e isso é o que mais nos 💴 interessa por ir ao encontro do que estamos problematizando nesse momento, é sobre a possibilidade de se dar conta desses 💴 dois planos em relação.

Para testar essa teoria materialista do corpo em Bourdieu, cuja principal tese é a de que "[...

] 💴 la perspectiva centrada en el uso (y sus reglas) permite elaborar una concepción de lo corporal que, rechazando radicalmente toda 💴 instancia sustancialista, busca dar cuenta de la lógica de su producción" (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano.

Bourdieu y lo político.

Ciudad Autónoma de Buenos 💴 Aires: Prometeo Libros, 2016., p.

89), o autor problematiza as concepções pós-estruturalista de Judith Butler e a que chama também de 💴 culturalista, apontando como principais representantes desta David Le Breton e Thomas Csordas.

Busca ainda a ambiguidade entre as duas concepções depois 💴 de identificar suas aporias e o caráter sócio-histórico dessa ambiguidade.

Da perspectiva culturalista, destaca que tomam como objeto de investigação "[...

] 💴 los sentidos que los agentes o grupos los dotan" (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano.

Bourdieu y lo político.

Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo 💴 Libros, 2016., p.84).

Ao não indagar pelo processo sócio-histórico objetivo que impacta o princípio de produção de sentido, essa perspectiva encontra 💴 seu primeiro limite.

Se o foco são os sentidos subjetivos atribuídos ao corpo, esse subjetivismo anula as consequências objetivas desses mesmos 💴 sentidos.

Esse relativismo que daí resulta impede também de pensar uma crítica corporal, pois impede de pensar a função do corpo 💴 no político, uma vez que, para isso, seria necessária uma instância fora do sentido subjetivo, fixando o olhar na trama 💴 de relações entre os sentidos.

A perspectiva culturalista ficaria limitada à descrição.

De outra parte, a crítica que tece à perspectiva pós-estruturalista 💴 de Judith Butler se apoia nos seguintes argumentos: tal teoria até aponta para a produção objetiva dos corpos (corpos que 💴 importam versus corpos abjetos), mas falha quando obtura a captação da gênese e do caducar na história dessa lógica estrutural.

Esta 💴 teoria até capta a contingência e o caráter não-natural de uma articulação particular.

Ou seja, mostra o conteúdo da dominação, o 💴 produzido, como algo que não é fixo dentro das fronteiras hegemônicas e normativas.Mas "[...

] la estructura objetiva escapa a tal 💴 contingencia, ella sí se encuentra fija, constituyendo la instancia última de la cual no se indaga su principio de producción" 💴 (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano.

Bourdieu y lo político.

Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.85).

Se não se questiona as condições de 💴 possibilidade de tal estrutura, a "materialização" do corpo permanece uma lógica incondicionada.

O pós-estruturalismo também ignoraria o mecanismo de dotação de 💴 sentido subjetivo, subjugando-o como uma parte da estrutura.

O corpo acaba aparecendo aqui como um epifenômeno da estrutura.

Como dissemos anteriormente, Gambarotta 💴 (2016GAMBAROTTA, Emiliano.

Bourdieu y lo político.

Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016.

) recorre à sociologia de Bourdieu para tentar dar 💴 um encaminhamento ao problema da substancialização do corpo.

Busca a produção prática do corporal que tem lugar no movimento entre o 💴 subjetivo e o objetivo sem anular nenhum dos dois.

O autor sugere a mudança de foco para a técnica que se 💴 põe em uso em um modo de corporeidade, o que não deixa de ser um ponto médio.

Usa como exemplo a 💴 estigmatização dos modos camponeses que acabam produzindo o camponês:[...

] No hay un cuerpo campesino - más aun no hay "campesino" 💴 propiamente dicho - anterior a su producción a través de una clasificación social que es también un enclasamiento, por el 💴 cual una determinada posición - producto de la historia del espacio social - es percibida (y autopercibida) socialmente como campesina 💴 (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano.

Bourdieu y lo político.

Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.87).

Como se produz um corpo através de 💴 um uso específico? É com essa pergunta que fica este autor.

Entre os usos regrados e as regras usadas, a única 💴 coisa que permitiria romper com a divisão entre o que é humano (legítimo) e o animal (ilegítimo) é justamente o 💴 foco no uso; contra a naturalização do "natural" no ser humano que garante a dominação simbólica.

A crítica corporal a que 💴 se refere este autor assim é clarificada:[...

] una subversión simbólica (que no es 'ideal' o 'material' sino propia de ese 💴 'tercer orden') capaz de agrietar y arruinar las reglas usadas, abriendo así el cerrado ámbito de los usos (im)pensables-(im)posibles instaurado 💴 por esas reglas del modo de corporalidad establecido.

Una subversión que pasa, entonces, por técnicas corporales que estén de otro modo 💴 en las relaciones de dominación, es decir, que sean técnicas otras, o con funcionalidades otras a la de su reproducción 💴 (GAMBAROTTA, 2016GAMBAROTTA, Emiliano.

Bourdieu y lo político.

Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.95).

Uma corporeidade que irrompa a constelação propriamente 💴 moderna entre o eu mesmo cultivado e o animal natural, a qual relegou às emoções e sensações ao controle da 💴 cultura.

É justamente na morte histórica do contingente, em betesporte propaganda diluição, que ele deveria ser reintroduzido na história, na ação e 💴 no político.

Gambarotta (2016GAMBAROTTA, Emiliano.

Bourdieu y lo político.

Ciudad Autónoma de Buenos Aires: Prometeo Libros, 2016., p.

96) conclui: "El carácter disruptivo de 💴 un uso corporal sólo es tal sobre el trasfondo del modo de corporalidad establecido, a partir de cómo está en 💴 él".

O risco do isolamento "do corpo" e resolução conceitual do problema que este representa expõe diretamente o risco da substancialização.

4 💴 CONSIDERAÇÕES FINAIS

Por que dissemos então que aquelas inovações metodológicas resolvem a questão da função social da EF/reprodução social? Porque permitem 💴 resetar o processo civilizador no esporte porque intervêm diretamente no substrato da civilização, o corpo.

E como exatamente as propostas em 💴 PE fazem isso?

- Retomam o sentido do jogo e, assim, contribuem para mudar o sentido do jogo;

- O princípio do 💴 "transfert" mostra o enraizamento dos JEC's na trama social; os temas de jogo são análogos a questões constitutivas da sociedade.

Outrossim, 💴 a organização do esporte em volta da sobrepujança e da especialização (como se isso fosse indício de evolução da espécie 💴 humana) é arbitrária.

As questões que balizam o contrato social sempre devem ser enfrentadas pelas novas gerações.

A eficiência, nesse sentido, é 💴 uma farsa;

- Permitem testar a eficácia de outras formas corporais.

Nesse processo, esbarram nas estruturas de compreensão do tempo-espaço, nos limites 💴 da "caverna".

Essas inovações metodológicas favorecem a equivalência das formas eficazes.

O modelo de fragmentação da tarefa e condicionamento do meio cede 💴 espaço diretamente à necessidade de tomada de decisão.

No entanto, é preciso ressaltar que a PE foca apenas no fato de 💴 que a técnica (o modo de fazer) só é acionada em um contexto, ancorada a uma razão de fazer.

A PE 💴 procura fazer o seu trabalho, que é controlar o contexto - "cadeia acontecimental" (GARGANTA, 1998GARGANTA, Júlio Manuel.

O Ensino dos Jogos 💴 Desportivos Colectivos.

Perspectivas e Tendências.Movimento, v.4, n.8, p.19-27, 1998., p.

23) - mas os sentidos que compõe esse contexto extrapolam o jogo.

Os 💴 estudos pedagógicos da EF chegaram ao entendimento de que a aula é um "fato social" (FENSTERSEIFER, 2009FENSTERSEIFER, Paulo Evaldo.

Epistemologia e 💴 prática pedagógica.

Revista Brasileira de Ciência e Movimento, v.30, n.3, p.203-214, maio 2009.).

Um acontecimento onde a sociedade entra na escola e 💴 interage ante a intervenção que toma lugar no tempo-espaço aula de EF; nesse sentido se a desigualdade existe na sociedade, 💴 ela também "vem jogar" nas aulas de EF.

A PE deveria incorporar também a ideia do jogo como fato social.

Se há 💴 que fundamentar a "lógica externa" e a betesporte propaganda participação no jogo (REVERDITO; SCAGLIA, 2009REVERDITO, Riller Silva; SCAGLIA, Alcides José.

Pedagogia do 💴 Esporte: jogos coletivos de invasão.

São Paulo: Phorte, 2009.

), que se olhe mais diretamente para o caráter sócio-histórico das práticas.


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